No dia 14 de junho último ele denunciou à secretaria de Educação do Município a diretora da Escola, Maria de Fátima de A. Nogueira, pela realização de bingos semanais, sob a justificativa de angariar recursos para a manutenção da escola. São feitos bingos de televisão, galinha assada, cesta básica, etc. “No ano passado prestei informações à secretaria de educação e a situação vem se repetindo esse ano, o que me fez sofrer retaliações e perseguições por parte da diretora”, disse o estudante.
De acordo com a denúncia, a diretora da escola afirma que “a escola há muitos anos não recebe o apoio necessário à sua manutenção e diz que no ano passado recebeu apenas um kit de limpeza( uma barra de sabão, dois frascos de sabão líquido, dois frascos de desinfetantes e duas buchas, para todo o ano). “O banheiro masculino encontra-se com as pias quebradas e com falta de água”, informa.
João Francisco informa ainda que os bingos são realizados sempre nos horários das aulas, sendo que permanece na escola apenas aqueles alunos que adquirem a cartela. Os outros vão embora.
Parecer da Secretaria
Dentre os documentos em nosso poder, está um “Parecer”, datado de 21 de junho, dando conta de que a Inspeção Escolar, juntamente com o Diretor Executivo da SEDUC, Pe. Jurandir, a pedido do Secretário Alcenor Candeira, foi feita uma inspeção à Escola e ficou comprovado que realmente existia a realização de bingos, no entanto, tanto a diretora Maria de Fátima e a vice, Francisca das Chagas A. Cunha, se comprometeram, mediante a presença do Pe. Jurandir e das inspetoras Lucrecia Gomes Sousa, Ana Paula Silva e Maria de Lourdes Cardoso Carvalho, que a partir daquela data não iriam mais realizar bingos na escola.
A Expulsão do aluno
Convidado para uma reunião na Escola, onde seriam divulgadas as providências tomadas sobre as denúncias feitas, João Francisco foi surpreendido ontem com a informação de que os Conselheiros e toda a comunidade escolar concluíram que as acusações são fruto de perseguição, calúnia e difamação moral. Em conseqüência disso, haviam decidido pela transferência do aluno.
Segundo conseguimos apurar, João Francisco trabalha todo o dia de mototaxista, na Praça da Graça e, à noite, freqüenta o curso do EJA. É um aluno aplicado e que, não obstante a canseira do trabalhado do dia, ainda tem disposição para freqüentar à sala de aula à noite. “Nunca faltei um dia de aula”, disse.
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