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sábado, 30 de julho de 2011

Encontro Nacional de Motociclistas em Parnaíba reúne centenas de pilotos


Máquinas potentes no encontro de motociclistas
O moto clube Asas do Delta começou a recepcionar pilotos de várias partes do País ainda durante o dia, aos poucos motocicletas de altíssimas cilindradas começaram a chegar na cidade parnaibana para a quarta edição do Encontro Nacional de Motociclistas de Parnaíba.
Segundo a organização do evento, apenas nesta sexta-feira, dia 29, chegaram cerca de 300 motociclistas para o encontro. “Estamos muito satisfeitos com a aceitação entre os moto clubes, Parnaíba está no circuito dos grandes eventos dessa natureza e mais pilotos deverão chegar neste domingo”, revelou o vice-presidente do Asas do Delta, Bergson Pessoa.

O ronco dos motores chamou a atenção dos curiosos no Porto das Barcas em Parnaíba na noite desta sexta-feira onde foi realizada a abertura oficial do Encontro Nacional de Motociclistas de Parnaíba com show musical patrocinado pela Prefeitura de Parnaíba.

Dentre as máquinas que encantam os admiradores, destaque para motocicletas famosas no mundo inteiro como as Hayabusas e Boulevards da Suzuki, a XCountry da BMW, motocicletas esportivas da Kawasaki, as CBR’s da Honda, as clássicas e legendárias Harley Davidson , e a espetacular VMax da Yamaha que custa em torno de R$ 110 mil.

Programação:
SÁBADO - 30/07/2010
A partir das 11h. Local: Porto das Barcas: Reunião dos moto turistas para passeio pela cidade;
A partir das 12:30h: Churrasco no Clube da AGREVE na Beira-Rio com o Cantor Marlon (Rock Popular) e Pagode, confraternização com a entrega de troféus para os Motoclubes e Motogrupos inscritos;
A partir das 20h, Local: Porto das Barcas: Reabertura do evento com a Banda Gibão de Couro, Exposição de Motocicletas, barracas, artesanato, etc.
A partir das 22h bingo de 3 bicicletas e uma motocicleta Haobao 125cc (Cartela R$ 10,00).

Caminhão colhe moto e deixa três feridos na Avenida São Sebastião


Uma das vítimas é uma criança de 11 meses
UTI do Heda onde está internada a criança de 11 meses em estado grave

Um caminhão de placas não identificadas colheu uma moto de marca não revelada, ontem por volta das 19hs 30 na avenida São Sebastião, nas imediações do Bairro João XXIII. A moto era conduzida pelo soldado PM, identificado por Neto, que sofreu ferimentos leves e na garupa andavam Renata da Silva Santos, de 19 anos, residente no Bairro Catanduvas, que sofreu escoriações pelo corpo e seu filho menor de iniciais L.D.S.M de 11 meses de vida, que está internado em estado grave na UTI do hospital estadual Dirceu Arcoverde, o médico neurocirurgião Dr. Carlos Jansen, avaliou a criança na manhã de hoje e informou para os familiares que não vai ser preciso operar o bebê.

Idoso morre atropelado por moto na BR 402

Idoso morre atropelado por moto na BR 402

Francisco dos Anjos - vítima fatal 
Ontem por volta das 18hs no KM 39, 9 da BR 402, entre os povoados Carpino e Olho Dágua, município de Parnaíba, o idoso Francisco dos Anjos, de 67 anos, que residia na comunidade Carpino, próximo da estrada de acesso a Gameleira, foi atropelado e morto por uma moto biz 125cc de placa NUU, 9190-CE, pilotada por Karol Cardoso Cerejo, que sofreu ferimentos leves e Sandra Helena Hilário que sofreu ferimentos graves, ela andava na garupa da moto na ocasião do acidente, as duas deram entrada no Pronto Socorro do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde em Parnaíba.

Policiais rodoviários federais estiveram no local do acidente fazendo levantamento da ocorrência.

MANDADO DE PRISÃO PREVENTIVA


Dyonny Panela é preso e confessa assalto a residência do empresário Jean das Carnes
Dionny Panela sendo algemado pela polícia
Cumprindo mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz da 1ª vara criminal de Parnaíba, Dr. José de Ribamar Oliveira Silva, foi preso por volta das 06hs 30 da manhã de hoje, por policiais do 2º distrito sob comando do investigador Astrogildo Fernandes Lima e do grupo tático sob o comando do sargento Emiliano, o elemento Dyonny Alves de Sousa, o Dyonny Panela, que ao ser preso em sua residência na Rua Coronel Joaquim Antonio, S/N, bairro Nova Parnaíba, confessou ter participado do assalto a residência do empresário Jean das Carnes, no Conjunto Bela Vista e de outros assaltos e lesões corporais em Parnaíba..
Ainda com relação ao assalto a residência do empresário Jean das Carnes, Dyonny Panela disse para a polícia que os indivíduos, conhecidos por Jônatas, o "Tapioca" e Jailson também participaram do assalto a residência do citado empresário. Para a reportagem do PC, na delegacia do 2º DP, Dyonny Panela disse que não pratica mais nenhum tipo de crime, pois agora é evangélico, é um servo de Deus.
 Dyonny Panela
 Fachada da Casa Rosada onde morava Dyonny Panela
Astrogildo Fernandes comandou a operação de captura de Dyonny Panela sob orientação do delegado Eduardo Ferreira.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

brasilia 3011

MESCLADO: a devastadora mistura de maconha com crack


Um pequeno cigarro enrolado ali mesmo na roda de amigos foi o começo da destruição da vida de Érik Moitinho, 32. Na época, aos 25 anos, ele estava acostumado a fumar maconha e, quando recebeu o baseado, não sabia que estava misturado com crack. Era o seu primeiro contato com o mesclado, mas foi o suficiente para torná-lo dependente. A mistura de crack e maconha não é novidade no Brasil, mas vem se disseminando entre os usuários e já é motivo de preocupação das autoridades mineiras. Embora não haja estatísticas sobre o consumo dessa mistura no país, a psicofarmacologista Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que mais de 20% da maconha que circula no Brasil, atualmente, é destinada à confecção do mesclado.
Segundo a pesquisadora, cerca de 70% dos usuários de crack de São Paulo utilizam a droga vinculada à maconha ou ao álcool. Ela destaca, ainda, a forte utilização do mesclado na Bahia e no Rio de Janeiro. O subsecretário da Secretaria Antidrogas de Minas Gerais, Clóves Benevides, afirma que a mistura também já chegou a Minas, mas garante que, no Estado, esse consumo ainda é reduzido. "Os números de apreensão de mesclado são baixos, mas a questão é preocupante, e, por isso, teremos um olhar diferenciado para ela".
Em Belo Horizonte, clínicas de recuperação lidam com um número alto de pacientes que utilizaram o mesclado. Na Associação Família de Caná, que trata de dependentes químicos no Estado, cerca de 70% dos pacientes faziam uso da mistura. O coordenador, Zilton Alves da Silva, especifica que o uso é comum entre homens e mulheres. "Dos 80 homens internados atualmente, 57 fumavam as duas drogas juntas e metade das 12 mulheres também aderiu à mistura", afirma. No Centro de Recuperação de Dependência Química (Credeq), a situação é a mesma. Segundo o presidente, Wellington Vieira, das 60 pessoas internadas hoje na instituição, 48 eram usuárias da mistura de crack e maconha - 80%.
Érik, que veio da Bahia, foi um dos pacientes que chegaram ao Credeq com grande experiência no uso do mesclado. Segundo ele, depois de provar a mistura, o vício foi imediato, e, em pouco tempo, sua vida já havia mudado completamente. Ele era casado, fazia faculdade de turismo e trabalhava como vendedor de carros, mas nada disso resistiu às drogas. "Comecei a gastar todo o meu dinheiro para comprar droga, não saía mais com os amigos e só queria ficar em casa fumando. Além disso, emagreci uns 10 kg", diz.
Érik conta que tinha um salário alto, chegando a receber cerca de R$ 5.000 quando as vendas tinham maior sucesso. O mundo veio abaixo quando ele teve a última de suas perdas: o casamento. "Minha mulher, na época, tentou me ajudar, mas não adiantava. Quando ela saiu de casa é que percebi que precisava de internação", admite o ex-vendedor.
Por indicação de um familiar, Érik veio se tratar em Belo Horizonte, onde diz ter encontrado a saída para o vício. Ele passou por um tratamento intensivo durante seis meses e, há um ano e meio, trabalha na clínica como voluntário. Ele ainda não sabe quando voltará à Bahia, mas se diz satisfeito ajudando outras pessoas com o mesmo problema que ele enfrentou. Para ele, o trabalho na clínica reafirma sua vitória. "Eu não posso esquecer o mal que a droga me fez, nem é possível resgatar tudo o que perdi. Mas minha vida mudou e posso fazer tudo novo daqui para frente", destaca.


Cachimbo usado para tragar o crack também é usado para fumar o mesclado

FOTO: Bruno Figueiredo - 5.1.2010
Cachimbo usado para tragar o crack também é usado para fumar o mesclado
Alerta
Combinação torna usuário ainda mais dependente
Mesclado, meladinho, temperado, bazuco. Os nomes dados à mistura de crack e maconha são diversos, mas, para a pesquisadora do Cebrid Solange Nappo, o objetivo dos usuários em juntar as drogas é único: diminuir os efeitos desagradáveis provocados pelo consumo do crack. A prática até parece uma alternativa inteligente, mas se revela uma armadilha. "O usuário busca o mesclado para sentir menos os efeitos agressivos do crack, mas adquire uma nova dependência e tem ainda mais dificuldade de abandonar o vício", afirma.
A psicofarmacologista acredita que o uso do mesclado é uma estratégia dos dependentes químicos para se manterem no mundo das drogas. A lógica é continuar saciando o desejo do crack, mas não sofrer tanto os efeitos do uso, como, por exemplo, a "fissura", que é o desejo incontrolável de usar a droga novamente. Assim, se eles conseguem controlar um pouco a compulsão, demoram mais a se marginalizar.
A pesquisadora explica que isso provocou, inclusive, uma cultura de que o usuário de mesclado é "mais limpo" que o de crack, mas ela lembra que essa ilusão dura pouco. "É uma saída prejudicial. O que acontece é um toma lá dá cá, pois vão desenvolver uma dependência conjunta e ficar presos ao vício. Além disso, continuam se expondo aos riscos do tráfico, pois a maconha também é ilegal", diz.
O psiquiatra Arnaldo Madruga explica que, apesar do efeito alucinógeno da maconha, o mesclado produz sensações praticamente iguais às do crack e, por isso, a dependência permanece forte. "A compulsão continua existindo. Então, o usuário de mesclado terá necessidade de usar a droga outra vez", afirma.
Solange Nappo lembra, ainda, que o mesclado pode ser uma jogada dos traficantes para viciar um público que ainda não conhecia o crack. Isso acontece quando o usuário compra a droga achando que é maconha, mas recebe o mesclado. Como a mistura normalmente vem enrolada em um cigarro, é difícil a diferenciação imediata. "Para o traficante, a venda do crack é importante. É uma droga que rende dinheiro, devido à compulsão e à dependência que ela gera no usuário", explica. (TB)


Apoio. Altamiro e a mulher dele, Marlúcia, que o ajudou a largar o vício e a dar a volta por cima

FOTO: alexandre guzanshe
Apoio. Altamiro e a mulher dele, Marlúcia, que o ajudou a largar o vício e a dar a volta por cima
Desespero
"Estava tirando da boca da minha filha para comprar droga"
Quem olha para o pedreiro Altamiro Rodrigues de Souza, 41, casado há um mês e com uma vida equilibrada, nem imagina que, há dez anos, o vício das drogas o transformou em um mendigo. Nascido e criado na Vila Cabana do Pai Tomás, na periferia de Belo Horizonte, ele conheceu cedo as drogas, aos 14 anos. Enquanto fumava maconha, Altamiro se achava um "cara de respeito na comunidade", mas as coisas mudaram quando lhe apresentaram o mesclado. "Naquela época, era bacana fumar maconha, mas um dia me perguntaram se eu conhecia a mistura com o crack. Experimentei num dia e no outro já estava atrás dos traficantes para conseguir mais", diz.
A compulsão pela mistura crescia a cada dia, até que ele se viu escravo das drogas. "No início, você faz uma mistura balanceada, só para o crack dar um gosto na maconha. Depois, vai aumentando até perder o controle", conta Altamiro.
Depois que ele conheceu o crack, por meio do mesclado, adquiriu um vício tão forte que passou a buscar, também, a pedra pura. "Então, você começa a vender o que é seu e depois o que é da família. Cheguei a um ponto que estava tirando da boca da minha filha para comprar droga", conta.
O vício também destruiu o casamento e fez com que perdesse o emprego. "Ganhei um acerto de R$ 16 mil que, infelizmente, só durou três meses porque foi tudo para as drogas. Fui morar debaixo da marquise do antigo Cine Brasil", lembra.
A solução veio após o que ele chama de "cansaço do sofrimento". Procurou a família, que o internou na clínica Reviver, em Jaboticatubas, região Central de Minas. Hoje, diz, vive do ofício de pedreiro e está feliz com a nova família. (TB)

A verdade sobre a maconha


A proibição da cannabis pode ter mais a ver com interesses morais, políticos e econômicos do que com argumentos científicos. Saiba mais sobre os efeitos dela e sua influência na história da civilização.

Por que a maconha é proibida? Porque faz mal à saúde. Será mesmo? Então, por que o bacon não é proibido? Ou as anfetaminas? E, diga-se de passagem, nenhum mal sério à saúde foi comprovado para o uso esporádico de maconha. A guerra contra essa planta foi motivada muito mais por fatores raciais, econômicos, políticos e morais do que por argumentos científicos. E algumas dessas razões são inconfessáveis. Tem a ver com o preconceito contra árabes, chineses, mexicanos e negros, usuários freqüentes de maconha no começo do século XX. Deve muito aos interesses de indústrias poderosas dos anos 20, que vendiam tecidos sintéticos e papel e queriam se livrar de um concorrente, o cânhamo. Tem raízes também na bem-sucedida estratégia de dominação dos Estados Unidos sobre o planeta. E, é claro, guarda relação com o moralismo judaico-cristão (e principalmente protestante-puritano), que não aceita a idéia do prazer sem merecimento - pelo mesmo motivo, no passado, condenou-se a masturbação.
Não é fácil falar desse assunto - admito que levei um dia inteiro para compor o parágrafo acima. O tema é tão carregado de ideologia e as pessoas têm convicções tão profundas sobre ele que qualquer convite ao debate, qualquer insinuação de que estamos lidando mal com o problema já é interpretada como "apologia às drogas" e, portanto, punível com cadeia. O fato é que, apesar da desinformação dominante, sabe-se muito sobre a maconha. Ela é cultivada há milênios e centenas de pesquisas já foram feitas sobre o assunto. O que tentei fazer foi condensar nestas páginas o conhecimento que a humanidade reuniu sobre a droga nos milênios em que convive com ela.

Por que é proibido?
"O corpo esmagado da menina jazia espalhado na calçada um dia depois de mergulhar do quinto andar de um prédio de apartamentos em Chicago. Todos disseram que ela tinha se suicidado, mas, na verdade, foi homicídio. O assassino foi um narcótico conhecido na América como marijuana e na história como haxixe. Usado na forma de cigarros, ele é uma novidade nos Estados Unidos e é tão perigoso quanto uma cascavel." Começa assim a matéria "Marijuana: assassina de jovens", publicada em 1937 na revista American Magazine. A cena nunca aconteceu. O texto era assinado por um funcionário do governo chamado _______________. Se a maconha, hoje, é ilegal em praticamente todo o mundo, não é exagero dizer que o maior responsável foi ele.
Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. Aqui no Brasil, maconha era "coisa de negro", fumada nos terreiros de candomblé para facilitar a incorporação e nos confins do país por agricultores depois do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e indianos e aos incômodos intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava eram os cada vez mais numerosos mexicanos - meio milhão deles cruzaram o Rio Grande entre 1915 e 1930 em busca de trabalho. Muitos não acharam. Ou seja, em boa parte do Ocidente, fumar maconha era relegado a classes marginalizadas e visto com antipatia pela classe média branca.
Pouca gente sabia, entretanto, que a mesma planta que fornecia fumo às classes baixas tinha enorme importância econômica. Dezenas de remédios - de xaropes para tosse a pílulas para dormir - continham cannabis. Quase toda a produção de papel usava como matéria-prima a fibra do cânhamo, retirada do caule do pé de maconha. A indústria de tecidos também dependia da cannabis - o tecido de cânhamo era muito difundido, especialmente para fazer cordas, velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. A Ford estava desenvolvendo combustíveis e plásticos feitos a partir do óleo da semente de maconha. As plantações de cânhamo tomavam áreas imensas na Europa e nos Estados Unidos.
Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. Foi aí que Henry Anslinger surgiu na vida pública americana - reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente - e não só dos mexicanos. "A proibição do álcool foi o estopim para o 'boom' da maconha", afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, em seu livro The Pursuit of Oblivion (A busca do esquecimento, ainda sem versão para o Brasil). "Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar", escreveu.
Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação. Clima esse que só piorou com a quebra da Bolsa, em 1929, que afundou a nação numa recessão. No sul do país, corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo (muitos mexicanos talvez tivessem mais parceiros que um americano puritano médio, mas isso não tem nada a ver com a maconha) e ao crime (com a crise, a criminalidade aumentou entre os mexicanos pobres, mas a maconha é inocente disso). Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância. Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar.
Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista, batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics, um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas), ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. E quanto mais substâncias fossem proibidas, mais poder ele teria.
Mas é improvável que a cruzada fosse motivada apenas pela sede de poder. Outros interesses devem ter pesado. Anslinger era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. "A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo", afirma o escritor Jack Herer, em seu livro The Emperor Wears No Clothes (O imperador está nu, ainda sem tradução). Nos anos 20, a empresa estava desenvolvendo vários produtos a partir do petróleo: aditivos para combustíveis, plásticos, fibras sintéticas como o náilon e processos químicos para a fabricação de papel feito de madeira. Esses produtos tinham uma coisa em comum: disputavam o mercado com o cânhamo.
Seria um empurrão considerável para a nascente indústria de sintéticos se as imensas lavouras de cannabis fossem destruídas, tirando a fibra do cânhamo e o óleo da semente do mercado. "A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon", afirma o jurista Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas.
Anslinger tinha um aliado poderoso na guerra contra a maconha: William Randolph Hearst, dono de uma imensa rede de jornais. Hearst era a pessoa mais influente dos Estados Unidos. Milionário, comandava suas empresas de um castelo monumental na Califórnia, onde recebia artistas de Hollywood para passear pelo zoológico particular ou dar braçadas na piscina coberta adornada com estátuas gregas. Foi nele que Orson Welles se inspirou para criar o protagonista do filme Cidadão Kane. Hearst sabidamente odiava mexicanos. Parte desse ódio talvez se devesse ao fato de que, durante a Revolução Mexicana de 1910, as tropas de Pancho Villa (que, aliás, faziam uso freqüente de maconha) desapropriaram uma enorme propriedade sua. Sim, Hearst era dono de terras e as usava para plantar eucaliptos e outras árvores para produzir papel. Ou seja, ele também tinha interesse em que a maconha americana fosse destruída - levando com ela a indústria de papel de cânhamo.
Hearst iniciou, nos anos 30, uma intensa campanha contra a maconha. Seus jornais passaram a publicar seguidas matérias sobre a droga, às vezes afirmando que a maconha fazia os mexicanos estuprarem mulheres brancas, outras noticiando que 60% dos crimes eram cometidos sob efeito da droga (um número tirado sabe-se lá de onde). Nessa época, surgiu a história de que o fumo mata neurônios, um mito repetido até hoje. Foi Hearst que, se não inventou, ao menos popularizou o nome marijuana (ele queria uma palavra que soasse bem hispânica, para permitir a associação direta entre a droga e os mexicanos). Anslinger era presença constante nos jornais de Hearst, onde contava suas histórias de terror. A opinião pública ficou apavorada. Em 1937, Anslinger foi ao Congresso dizer que, sob o efeito da maconha, "algumas pessoas embarcam numa raiva delirante e cometem crimes violentos".
Os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis, sem levar em conta as pesquisas que afirmavam que a substância era segura. Proibiu-se não apenas a droga, mas a planta. O homem simplesmente cassou o direito da espécie Cannabis sativa de existir.
Anslinger também atuou internacionalmente. Criou uma rede de espiões e passou a freqüentar as reuniões da Liga das Nações, antecessora da ONU, propondo tratados cada vez mais duros para reprimir o tráfico internacional. Também começou a encontrar líderes de vários países e a levar a eles os mesmos argumentos aterrorizantes que funcionaram com os americanos. Não foi difícil convencer os governos - já na década de 20 o Brasil adotava leis federais antimaconha. A Europa também embarcou na onda proibicionista.
"A proibição das drogas serve aos governos porque é uma forma de controle social das minorias", diz o cientista político Thiago Rodrigues, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos. Funciona assim: maconha é coisa de mexicano, mexicanos são uma classe incômoda. "Como não é possível proibir alguém de ser mexicano, proíbe-se algo que seja típico dessa etnia", diz Thiago. Assim, é possível manter sob controle todos os mexicanos - eles estarão sempre ameaçados de cadeia. Por isso a proibição da maconha fez tanto sucesso no mundo. O governo brasileiro achou ótimo mais esse instrumento para manter os negros sob controle. Os europeus também adoraram poder enquadrar seus imigrantes.
A proibição foi virando uma forma de controle internacional por parte dos Estados Unidos, especialmente depois de 1961, quando uma convenção da ONU determinou que as drogas são ruins para a saúde e o bem-estar da humanidade e, portanto, eram necessárias ações coordenadas e universais para reprimir seu uso. "Isso abriu espaço para intervenções militares americanas", diz Maierovitch. "Virou um pretexto oportuno para que os americanos possam entrar em outros países e exercer os seus interesses econômicos."
Estava erguida uma estrutura mundial interessada em manter as drogas na ilegalidade, a maconha entre elas. Um ano depois, em 1962, o presidente John Kennedy demitiu Anslinger - depois de nada menos que 32 anos à frente do FBN. Um grupo formado para analisar os efeitos da droga concluiu que os riscos da maconha estavam sendo exagerados e que a tese de que ela levava a drogas mais pesadas era furada. Mas não veio a descriminalização. Pelo contrário. O presidente Richard Nixon endureceu mais a lei, declarou "guerra às drogas" e criou o DEA (em português, Escritório de Coação das Drogas), um órgão ainda mais poderoso que o FBN, porque, além de definir políticas, tem poder de polícia.

Maconha faz mal?
Taí uma pergunta que vem sendo feita faz tempo. Depois de mais de um século de pesquisas, a resposta mais honesta é: faz, mas muito pouco e só para casos extremos. O uso moderado não faz mal. A preocupação da ciência com esse assunto começou em 1894, quando a Índia fazia parte do Império Britânico. Havia, então, a desconfiança de que o bhang, uma bebida à base de maconha muito comum na Índia, causava demência. Grupos religiosos britânicos reivindicavam sua proibição. Formou-se a Comissão Indiana de Drogas da Cannabis, que passou dois anos investigando o tema. O relatório final desaconselhou a proibição: "O bhang é quase sempre inofensivo quando usado com moderação e, em alguns casos, é benéfico. O abuso do bhang é menos prejudicial que o abuso do álcool".
Em 1944, um dos mais populares prefeitos de Nova York, Fiorello La Guardia, encomendou outra pesquisa. Em meio à histeria antimaconha de Anslinger, La Guardia resolveu conferir quais os reais riscos da tal droga assassina. Os cientistas escolhidos por ele fizeram testes com presidiários (algo comum na época) e concluíram: "O uso prolongado da droga não leva à degeneração física, mental ou moral". O trabalho passou despercebido no meio da barulheira proibicionista de Anslinger.
A partir dos anos 60, várias pesquisas parecidas foram encomendadas por outros governos. Relatórios produzidos na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos aconselharam um afrouxamento nas leis. Nenhuma dessas pesquisas foi suficiente para forçar uma mudança. Mas a experiência mais reveladora sobre a maconha e suas conseqüências foi realizada fora do laboratório. Em 1976, a Holanda decidiu parar de prender usuários de maconha desde que eles comprassem a droga em cafés autorizados. Resultado: o índice de usuários continua comparável aos de outros países da Europa. O de jovens dependentes de heroína caiu - estima-se que, ao tirar a maconha da mão dos traficantes, os holandeses separaram essa droga das mais pesadas e, assim, dificultaram o acesso a elas.
Nos últimos anos, os possíveis males da maconha foram cuidadosamente escrutinados - às vezes por pesquisadores competentes, às vezes por gente mais interessada em convencer os outros da sua opinião. Veja abaixo um resumo do que se sabe:
Câncer
Não se provou nenhuma relação direta entre fumar maconha e câncer de pulmão, traquéia, boca e outros associados ao cigarro. Isso não quer dizer que não haja. Por muito tempo, os riscos do cigarro foram negligenciados e só nas últimas duas décadas ficou claro que havia uma bomba-relógio armada - porque os danos só se manifestam depois de décadas de uso contínuo. Há o temor de que uma bomba semelhante esteja para explodir no caso da maconha, cujo uso se popularizou a partir dos anos 60. O que se sabe é que o cigarro de maconha tem praticamente a mesma composição de um cigarro comum - a única diferença significativa é o princípio ativo. No cigarro é a nicotina, na maconha o tetrahidrocanabinol, ou THC. Também é verdade que o fumante de maconha tem comportamentos mais arriscados que o de cigarro: traga mais profundamente, não usa filtro e segura a fumaça por mais tempo no pulmão (o que, aliás, segundo os cientistas, não aumenta os efeitos da droga).
Em compensação, boa parte dos maconheiros fuma muito menos e pára ou reduz o consumo depois dos 30 anos (parar cedo é sabidamente uma forma de diminuir drasticamente o risco de câncer). Em resumo: o usuário eventual de maconha, que é o mais comum, não precisa se preocupar com um aumento grande do risco de câncer. Quem fuma mais de um baseado por dia há mais de 15 anos deve pensar em parar.
Dependência
Algo entre 6% e 12% dos usuários, dependendo da pesquisa, desenvolve um uso compulsivo da maconha (menos que a metade das taxas para álcool e tabaco). A questão é: será que a maconha é a causa da dependência ou apenas uma válvula de escape. "Dependência de maconha não é problema da substância, mas da pessoa", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Escola Paulista de Medicina. Segundo Dartiu, há um perfil claro do dependente de maconha: em geral, ele é jovem, quase sempre ansioso e eventualmente depressivo. Pessoas que não se encaixam nisso não desenvolvem o vício. "E as que se encaixam podem tanto ficar dependentes de maconha quanto de sexo, de jogo, de internet", diz.
Muitos especialistas apontam para o fato de que a maconha está ficando mais perigosa - na medida em que fica mais potente. Ao longo dos últimos 40 anos, foi feito um melhoramento genético, cruzando plantas com alto teor de THC. Surgiram variedades como o skunk. No último ano, foram apreendidos carregamentos de maconha alterada geneticamente no Leste europeu - a engenharia genética é usada para aumentar a potência, o que poderia aumentar o potencial de dependência. Segundo o farmacólogo Leslie Iversen, autor do ótimo The Science of Marijuana (A ciência da maconha, sem tradução para o português) e consultor para esse tema da Câmara dos Lordes (o Senado inglês), esses temores são exagerados e o aumento da concentração de THC não foi tão grande assim.
Para além dessa discussão, o fato é que, para quem é dependente, maconha faz muito mal. Isso é especialmente verdade para crianças e adolescentes. "O sujeito com 15 anos não está com a personalidade formada. O uso exagerado de maconha pode ser muito danoso a ele", diz Dartiu. O maior risco para adolescentes que fumam maconha é a síndrome amotivacional, nome que se dá à completa perda de interesse que a droga causa em algumas pessoas. A síndrome amotivacional é muito mais freqüente em jovens e realmente atrapalha a vida - é quase certeza de bomba na escola e de crise na família.
Danos cerebrais
"Maconha mata neurônios." Essa frase, repetida há décadas, não passa de mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói tecido cerebral - às vezes com pesquisas que ministravam doses de elefante em ratinhos -, mas nada foi encontrado.
Muitas experiências foram feitas em busca de danos nas capacidades cognitivas do usuário de maconha. A maior preocupação é com a memória. Sabe-se que o usuário de maconha, quando fuma, fica com a memória de curto prazo prejudicada. São bem comuns os relatos de pessoas que têm idéias que parecem geniais durante o "barato", mas não conseguem lembrar-se de nada no momento seguinte. Isso acontece porque a memória de curto prazo funciona mal sob o efeito de maconha e, sem ela, as memórias de longo prazo não são fixadas (é por causa desse "desligamento" da memória que o usuário perde a noção do tempo). Mas esse dano não é permanente. Basta ficar sem fumar que tudo volta a funcionar normalmente. O mesmo vale para o raciocínio, que fica mais lento quando o usuário fuma muito freqüentemente.
Há pesquisas com usuários "pesados" e antigos, aqueles que fumam vários baseados por dia há mais de 15 anos, que mostraram que eles se saem um pouco pior em alguns testes, principalmente nos de memória e de atenção. As diferenças, no entanto, são sutis. Na comparação com o álcool, a maconha leva grande vantagem: beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e destrói a memória.
Coração
O uso de maconha dilata os vasos sangüíneos e, para compensar, acelera os batimentos cardíacos. Isso não oferece risco para a maioria dos usuários, mas a droga deve ser evitada por quem sofre do coração.
Infertilidade
Pesquisas mostraram que o usuário freqüente tem o número de espermatozóides reduzido. Ninguém conseguiu provar que isso possa causar infertilidade, muito menos impotência. Também está claro que os espermatozóides voltam ao normal quando se pára de fumar.
Depressão imunológica
Nos anos 70, descobriu-se que o THC afeta os glóbulos brancos, células de defesa do corpo. No entanto, nenhuma pesquisa encontrou relação entre o uso de maconha e a incidência de infecções.
Loucura
No passado, acreditava-se que maconha causava demência. Isso não se confirmou, mas sabe-se que a droga pode precipitar crises em quem já tem doenças psiquiátricas.
Gravidez
Algumas pesquisas apontaram uma tendência de filhos de mães que usaram muita maconha durante a gravidez de nascer com menor peso. Outras não confirmaram a suspeita. De qualquer maneira, é melhor evitar qualquer droga psicoativa durante a gestação. Sem dúvida, a mais perigosa delas é o álcool.

Maconha faz bem?
No geral, não. A maioria das pessoas não gosta dos efeitos e as afirmações de que a erva, por ser "natural", faz bem, não passam de besteira. Outros adoram e relatam que ela ajuda a aumentar a criatividade, a relaxar, a melhorar o humor, a diminuir a ansiedade. É inevitável: cada um é um.
O uso medicinal da maconha é tão antigo quanto a maconha. Hoje há muitas pesquisas com a cannabis para usá-la como remédio. Segundo o farmacólogo inglês Iversen, não há dúvidas de que ela seja um remédio útil para muitos e fundamental para alguns, mas há um certo exagero sobre seus potenciais. Em outras palavras: a maconha não é a salvação da humanidade. Um dos maiores desafios dos laboratórios é tentar separar o efeito medicinal da droga do efeito psicoativo - ou seja, criar uma maconha que não dê "barato". Muitos pesquisadores estão chegando à conclusão de que isso é impossível: aparentemente, as mesmas propriedades químicas que alteram a percepção do cérebro são responsáveis pelo caráter curativo. Esse fato é uma das limitações da maconha como medicamento, já que muitas pessoas não gostam do efeito mental. No Brasil, assim como em boa parte do mundo, o uso médico da cannabis é proibido e milhares de pessoas usam o remédio ilegalmente. Conheça alguns dos usos:
Câncer
Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (veja mais sobre ele na página 23). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas - ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: "A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do 'efeito colateral' que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea - e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento - foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia".
Aids
Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.
Esclerose múltipla
Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico.
Dor
A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores.
Glaucoma
Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente "chapado"). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro.
Ansiedade
Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.
Dependência
Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento - dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha.

O passado
O primeiro registro do contato entre o Homo sapiens e a Cannabis sativa é de 6 000 anos atrás. Trata-se da marca de uma corda de cânhamo impressa em cacos de barro, na China. O emprego da fibra, não só em cordas mas também em vários tecidos e, depois, na fabricação de papel, é um dos mais antigos usos da maconha. Graças a ele, a planta, original da região ao norte do Afeganistão, nos pés do Himalaia, tornou-se a primeira cultivada pelo homem com usos não alimentícios e espalhou-se por toda a Ásia e depois pela Europa e África.
Mas há um uso da maconha que pode ser tão antigo quanto o da fibra do cânhamo: o medicinal. Os chineses conhecem há pelo menos 2 000 anos o poder curativo da droga, como prova o Pen-Ts'ao Ching, considerado a primeira farmacopéia conhecida do mundo (farmacopéia é um livro que reúne fórmulas e receitas de medicamentos). O livro recomenda o uso da maconha contra prisão-de-ventre, malária, reumatismo e dores menstruais. Também na Índia, a erva já há milênios é parte integral da medicina ayurvédica, usada no tratamento de dezenas de doenças. Sem falar que ela ocupa um lugar de destaque na religião hindu. Pela mitologia, maconha era a comida favorita do deus Shiva, que, por isso, viveria o tempo todo "chapado". Tomar bhang seria uma forma de entrar em comunhão com Shiva.
O Hinduísmo não é a única religião a dar destaque para a cannabis. Para os budistas da tradição Mahayana, Buda passou seis anos comendo apenas uma semente de maconha por dia. Sua iluminação teria sido atingida após esse período de quase-jejum. Da Índia, a maconha migrou para a Mesopotâmia, ainda em tempos pré-cristãos, e de lá para o Oriente Médio. Portanto, ela já estava presente na região quando começou a expansão do Império Árabe. Com a proibição do álcool entre o povo de Maomé, iniciou-se uma acalorada discussão sobre se a maconha deveria ser banida também. Por séculos, consumiu-se cannabis abundantemente nas terras muçulmanas até que, na Idade Média, muitos islâmicos abandonaram o hábito. A exceção foram os sufi, membros de uma corrente considerada mais mística e esotérica do Islã, que, até bem recentemente, consideravam a cannabis fundamental em seus ritos.
Os gregos usaram velas e cordas de cânhamo nos seus navios, assim como, depois, os romanos. Sabe-se que o Império Romano tinha pelo menos conhecimento dos poderes psicoativos da maconha. O historiador latino Tácito, que viveu no século I d.C., relata que os citas, um povo da atual Turquia, tinham o costume de armar uma tenda, acender uma fogueira e queimar grande quantidade de maconha. Daí ficavam lá dentro, numa versão psicodélica do banho turco.
Graças ao contato com os árabes, grande parte da África conheceu a erva e incorporou-a aos seus ritos e à sua medicina - dos países muçulmanos acima do Saara até os zulus da África do Sul. A Europa toda também passou a plantar maconha e usava extensivamente a fibra do cânhamo, mas há raríssimos registros do seu uso como psicoativo naquele continente. Pode ser que isso se deva ao clima. O THC é uma resina produzida pela planta para proteger suas folhas e flores do sol forte. Na fria Europa, é possível que tenha se desenvolvido uma variação da Cannabis sativa com menos THC, já que não havia tanto sol para ameaçar o arbusto.
O fato é que, na Renascença, a maconha se transformou no principal produto agrícola da Europa. E sua importância não foi só econômica: a planta teve uma grande participação na mudança de mentalidade que ocorreu no século XV. Os primeiros livros depois da revolução de Gutemberg foram impressos em papel de cânhamo. As pinturas dos gênios da arte eram feitas em telas de cânhamo (canvas, a palavra usada em várias línguas para designar "tela", é uma corruptela holandesa do latim cannabis). E as grandes navegações foram impulsionadas por velas de cânhamo - segundo o autor americano Rowan Robinson, autor de O Grande Livro da Cannabis, havia 80 toneladas de cânhamo, contando o velame e as cordas, no barco comandado por Cristóvão Colombo em 1496. Ou seja, a América foi descoberta graças à maconha. Irônico.
Sobre as luzes da Renascença caíram as sombras da Inquisição - um período em que a Igreja ganhou muita força e passou a exercer o papel de polícia, julgando hereges em seu tribunal e condenando bruxas à fogueira. "As bruxas nada mais eram do que as curandeiras tradicionais, principalmente as de origem celta, que utilizavam plantas para tratar as pessoas, às vezes plantas com poderes psicoativos", diz o historiador Henrique Carneiro, especialista em drogas da Universidade Federal de Ouro Preto. Não há registros de que maconheiros tenham sido queimados no século XVI - inclusive porque o uso psicoativo da maconha era incomum na Europa -, mas é certo que cristalizou-se naquela época uma antipatia cristã por plantas que alteram o estado de consciência. "O Cristianismo afirmou seu caráter de religião imperial e, sob seus domínios, a única droga permitida é o álcool, associado com o sangue de Cristo", diz Henrique.
Em 1798, as tropas de Napoleão conquistaram o Egito. Até hoje não estão muito claras as razões pelas quais o imperador francês se aventurou no norte da África (vaidade, talvez). Mas pode ser que o principal motivo fosse a intenção de destruir as plantações de maconha, que abasteciam de cânhamo a poderosa Marinha da Inglaterra. O fato é que coube a Napoleão promulgar a primeira lei do mundo moderno proibindo a maconha. Os egípcios eram fumantes de haxixe, a resina extraída da folha e da flor da maconha constituída de THC concentrado. Mas a proibição saiu pela culatra. Os egípcios ignoraram a lei e continuaram fumando como sempre fizeram. Em compensação, os europeus ouviram falar da droga e ela rapidamente virou moda na Europa, principalmente entre os intelectuais. "O haxixe está substituindo o champagne", disse o escritor Théophile Gautier em 1845, depois da conquista da Argélia, que, na época, era outro grande consumidor de THC.
No Brasil, a planta chegou cedo, talvez ainda no século XVI, trazida pelos escravos (o nome "maconha" vem do idioma quimbundo, de Angola. Mas, até o século XIX, era mais usual chamar a erva de fumo-de-angola ou de diamba, nome também quimbundo). Por séculos, a droga foi tolerada no país, provavelmente fumada em rituais de candomblé (teria sido o presidente Getúlio Vargas que negociou a retirada da maconha dos terreiros, em troca da legalização da religião). Em 1830, o Brasil fez sua primeira lei restringindo a planta. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tornou ilegal a venda e o uso da droga na cidade e determinou que "os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20 000 réis, e os escravos e demais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia." Note que, naquela primeira lei proibicionista, a pena para o uso era mais rigorosa que a do traficante. Há uma razão para isso. Ao contrário do que acontece hoje, o vendedor vinha da classe média branca e o usuário era quase sempre negro e escravo.

O presente
Segundo dados da ONU, 147 milhões de pessoas fumam maconha no mundo, o que faz dela a terceira droga psicoativa mais consumida do mundo, depois do tabaco e do álcool. A droga é proibida em boa parte do mundo, mas, desde que a Holanda começou a tolerá-la, na década de 70, alguns outros países europeus seguiram os passos da descriminalização. Itália e Espanha há tempos aceitam pequenas quantidades da erva - embora a Espanha esteja abandonando a posição branda e haja projetos de lei, na Itália, no mesmo sentido. O Reino Unido acabou de anunciar que descriminalizou o uso da maconha - a partir do ano que vem, a droga será apreendida e o portador receberá apenas uma advertência verbal. Os ingleses esperam, assim, poder concentrar seus esforços na repressão de drogas mais pesadas.
No ano passado, Portugal endureceu as penas para o tráfico, mas descriminalizou o usuário de qualquer droga, desde que ele seja encontrado com quantidades pequenas. Porte de drogas virou uma infração administrativa, como parar em lugar proibido.
Nos últimos anos, os Estados Unidos também mudaram sua forma de lidar com as drogas. Dentro da tendência mundial de ver a questão mais como um problema de saúde do que criminal, o país, em vez de botar na cadeia, obriga o usuário a se tratar numa clínica para dependentes. "Essa idéia é completamente equivocada", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, refletindo a opinião de muitos especialistas. "Primeiro porque nem todo usuário é dependente. Segundo, porque um tratamento não funciona se é compulsório - a pessoa tem que querer parar", diz. No sistema americano, quem recusa o tratamento ou o abandona vai para a cadeia. Portanto, não é uma descriminalização. "Chamo esse sistema de 'solidariedade autoritária'", diz o jurista Maierovitch. O Brasil planeja adotar o mesmo modelo.

O futuro
Há possibilidades de uma mudança no tratamento à maconha? "No Brasil, não é fácil", diz Maierovitch, que, enquanto era secretário nacional antidrogas do governo de Fernando Henrique Cardoso, planejou a descriminalização. "A lei hoje em vigor em Portugal foi feita em conjunto conosco, com o apoio do presidente", afirma. A idéia é que ela fosse colocada em prática ao mesmo tempo nos dois países. Segundo Maierovitch, Fernando Henrique mudou de idéia depois. O jurista afirma que há uma enorme influência americana na política de drogas brasileira. O fato é que essa questão mais tira do que dá votos e assusta os políticos - e não só aqui no Brasil. O deputado federal Fernando Gabeira, hoje no Partido dos Trabalhadores, é um dos poucos identificados com a causa da descriminalização. "Pretendo, como um primeiro passo, tentar a legalização da maconha para uso médico", diz. Mas suas idéias estão longe de ser unanimidade mesmo dentro do seu partido.
No remoto caso de uma legalização da compra e da venda, haveria dois modelos possíveis. Um seria o monopólio estatal, com o governo plantando e fornecendo as drogas, para permitir um controle maior. A outra possibilidade seria o governo estabelecer as regras (composição química exigida, proibição para menores de idade, proibição para fumar e dirigir), cobrar impostos (que seriam altíssimos, inclusive para evitar que o preço caia muito com o fim do tráfico ilegal) e a iniciativa privada assumir o lucrativo negócio. Não há no horizonte nenhum sinal de que isso esteja para acontecer. Mas a Super apurou, em consulta ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, que a Souza Cruz registrou, em 1997, a marca Marley - fica para o leitor imaginar que produto a empresa de tabaco pretende comercializar com o nome do ídolo do reggae.

Frases
"A popularidade da maconha explodiu em 1920, quando o álcool foi proibido"
"O consumo moderado de maconha não provoca nenhum dano sério à saúde"
"Das cordas às velas, havia 80 toneladas de cânhamo no navio de Colombo"

Para saber mais
Na livraria
O Grande Livro da Cannabis, Rowan Robinson, Jorge Zahar, 1999
A Maconha, Fernando Gabeira, Publifolha, 2000
Science of Marijuana, Leslie L. Iversen, Oxford, Ingleterra, 2000
The Pursuit of Oblivion: A Global History of Narcotics 1500-2000, Richard Davenport-Hines, Weidenfeld & Nicolson, Ingleterra, 2001
Diamba Sarabamba, Anthony Henman e Osvaldo Pessoa Jr. (organizações), Ground, 1986
Plantas de los Dioses, Richard Evans Schultes e Albert Hofmann, Fondo de Cultura Económica, México, 1982
The Emperor Wears no Clothes, Jack Herer, Green Planet Company, Inglaterra, 1994
Green Gold the Tree of Life, Chris Bennett, Lynn e Osbum, Judy Osbum, Access, EUA, 1995
Amores e Sonhos da Flora, Henrrique Carneiro, Xamã, 2002

Polícia da Noruega eleva número de mortos em ataques para 77


sexta-feira, 29 de julho de 2011 14:27 BRT
 
OSLO (Reuters) - A polícia da Noruega informou nesta sexta-feira que o número de mortos no ataque a bomba e no massacre a tiros pelo extremista Anders Behring Breivik há uma semana aumentou de 76 para 77.
"Todos os mortos depois das ações terroristas... foram identificados", disse um comunicado da polícia, que não declarou a contagem como final, uma vez que as buscas continuam.
A polícia publicou uma lista de 36 nomes identificados nesta sexta-feira, somando-se aos 41 listados anteriormente.
(Reportagem de Alister Doyle e Terje Solsvik)

Carretas bitrem bateram de frente e pegaram fogo logo em seguida.

Carretas batem de frente em MT, pegam fogo e três pessoas morrem

Carretas bitrem bateram de frente e pegaram fogo logo em seguida.
Vítimas que morreram no acidente ainda não foram identificadas.

 
Duas carretas batem e pegam fogo em MT (Foto: Iara Vilela / G1-MT)Acidente aconteceu na rodovia BR-163, que cruza Mato Grosso de Norte a Sul. (Foto: Iara Vilela / G1-MT)
Três pessoas morreram em um acidente no fim da manhã desta sexta-feira (29) na rodovia BR-163 em Mato Grosso. O acidente aconteceu no trecho da rodovia entre as cidades de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e Jangada. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, duas carretas bateram de frente e pegaram fogo.
Ainda segundo a PRF, as vítimas que morreram no acidente ficaram presas nas ferragens e não há informações sobre o que teria provocado o acidente. O trânsito ficou congestionado no local nos dois sentidos da rodovia.

Menina é resgatada de cisterna no Jardim Itaipu, em Goiânia


Garota de 10 anos sobreviveu a queda de 8 metros na noite de quinta-feira. Acidente aconteceu quando ela recolhia roupas no varal de casa.

Dois soldados da Polícia Militar resgataram, na noite desta quinta-feira (28), no Jardim Itaipu, em Goiânia, Lorrany Bispo da Silva, de 10 anos, que caiu em uma cisterna desativada, com profundidade de 8 metros, quando recolhia roupas no varal de sua casa. Segundo os policiais reponsáveis por atender a ocorrência, eles faziam o patrulhamento nas mediações quando ouviram os pedidos de socorro da mãe da garota.
O Corpo de Bombeiros e o Samu foram acionados logo em seguida e encontraram Lorrany se afogando no fundo do poço. Após o resgate realizado com ajuda de uma ‘cadeirinha’ improvisada pelos policiais e muita cautela ao erguê-la, por causa do esbarraquiamento das laterais da cisterna, a menina foi levada para o Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo), onde recebeu atendimento médico e foi liberada logo em seguida.

hotel matel naturel


image Foto: divulgaçao

A cidade de Roubaix, na França, ganhou uma espécie de "hotel bolha". Feito com plástico reciclado e mantido cheio com um ventilador silencioso, ele foi instalado em um parque da cidade e pode ser alugado como um quarto de hotel no meio da natureza.

Mulheres apaixonadas por moto


image Imagem: Web
O número de mulheres pilotando moto aumentou nos últimos anos. Nas concessionárias elas já representam uma boa parte das vendas.
Agora elas não andam apenas na garupa. Cada vez mais as mulheres assumiram a direção. Não se admire se em uma breve saída por aí você se deparar com uma, duas, três, várias delas...
Em uma concessionária de Parnaíba, vendas em alta. Modelos com cores suaves, delicadas e tem também para quem gosta de aventura.
E como tem procura o mercado decidiu investir de olho nelas. Cada vez mais as empresas têm lançado produtos com toques femininos. Capacetes, luvas, punhos, adesivos com personagens famosas do desenho... Estilo para andar nas ruas, sem perder o charme.
Encontramos a professora, Conceição Sales, estacionando no centro da cidade. Ela conta que se andasse de carro hoje, gastaria cinco vezes mais. Por isso, não trocaria sua moto por um carro.

De férias no litoral, o arquiteto do Programa Caldeirão do Huck aproveitou para beneficiar crianças da comunidade

image Foto: Proparnaíba

O arquiteto do programa do Caldeirão do Huck, do quadro Lar Doce Lar, Marcelo Rosenbaum está passando as férias no litoral piauiense e mesmo assim não deixou de contribuir com a comunidade.
Rosenbaum ofereceu as crianças da comunidade Barra Grande um almoço no Restaurante Bar da Ostra e um passeio Ecológico com a Associação de Condutores de Barra Grande- BARRATUR, uma tarde recreativa e muita divertida. O arquiteto falou para as crianças da importância da preservação ambiental, além de incentivá-las a agir como um amigo do meio ambiente, ajudando as gerações futuras.
Marcelo Rosenbaum está com sua esposa e amigos em Barra Grande para prestigiar a Regata de Canoas a Vela Cavalo Marinho neste sábado (30), no município de Cajueiro da Praia.

Petrobrás iniciou a compra de mamona no Piauí

image Foto: clicapiauí/divulgação

O Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), e a Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR), e Petrobrás Bicombustível são parceiros quando o assunto é compra da produção da mamona piauiense para a fabricação de bicombustíveis. A expectativa é que sejam comercializadas 400 toneladas de mamona, produzidas por agricultores piauienses da região Serra da Capivara, que serão utilizadas para a produção de biodiesel feita pela multinacional brasileira. A compra já começou.
Atualmente, quase 700 pequenos e médios produtores piauienses estão cadastrados no Programa de Biodiesel e o estoque da oleaginosa piauiense é comercializado após o fechamento de cada produção anual. No encontro realizado nesta quinta-feira, cerca de 450 agricultores do entorno de São Raimundo Nonato devem definir as estratégias de venda deste montante. A safra de semente iniciou em novembro de 2010.

Venda de CDs e DVDs originais é cada vez mais rara em Parnaíba


image Imagem: Web
A venda de CDs e DVDs originais é cada vez mais rara em Parnaíba. Muitas lojas já deixaram de vender esse tipo de produto. A pirataria tem sido a inimiga dos lojistas. Eles garantem que é difícil concorrer com os produtos falsificados. Além de baratos, eles são encontrados em quase todas as ruas.
Nas ruas é difícil achar quem já não tenha ficado no prejuízo por ter comprado um produto pirateado.
Com a fisioterapeuta, Mayra de Almeida, por exemplo, o prejuízo foi grande. O celular novo que comprou deixou de funcionar em menos de um mês.
Uma rede de lojas de Parnaíba, que atua no Norte/Nordeste, já trabalhou com a venda de CDs e DVDs em larga escala. Por causa dos prejuízos com a pirataria o comércio destes produtos não existe mais.
O subgerente conta, ainda, que concorrer com um produto pirateado é impossível para qualquer empresa que trabalha legalmente.
A Polícia Federal realiza trabalhos para coibir a venda de produtos falsificados no comércio da cidade, mas ressaltou que é muito difícil conter o avanço da pirataria.

Aluno é expulso após denunciar escola promovente de bingos



João Francisco Pereira Rodrigues - Foto: 180graus.com
O Sr. João Francisco Pereira Rodrigues, mototaxista, residente na rua Itaúna 4915, envia-nos uma série de documentos comprovando denúncias que fez contra a escola municipal Benedito Santos Lima e sua expulsão daquela escola, onde é aluno do Programa de Educação de Jovens e adultos – EJA.
No dia 14 de junho último ele denunciou à secretaria de Educação do Município a diretora da Escola, Maria de Fátima de A. Nogueira, pela realização de bingos semanais, sob a justificativa de angariar recursos para a manutenção da escola. São feitos bingos de televisão, galinha assada, cesta básica, etc. “No ano passado prestei informações à secretaria de educação e a situação vem se repetindo esse ano, o que me fez sofrer retaliações e perseguições por parte da diretora”, disse o estudante.
De acordo com a denúncia, a diretora da escola afirma que “a escola há muitos anos não recebe o apoio necessário à sua manutenção e diz que no ano passado recebeu apenas um kit de limpeza( uma barra de sabão, dois frascos de sabão líquido, dois frascos de desinfetantes e duas buchas, para todo o ano). “O banheiro masculino encontra-se com as pias quebradas e com falta de água”, informa.
João Francisco informa ainda que os bingos são realizados sempre nos horários das aulas, sendo que permanece na escola apenas aqueles alunos que adquirem a cartela. Os outros vão embora.
Parecer da Secretaria
Dentre os documentos em nosso poder, está um “Parecer”, datado de 21 de junho, dando conta de que a Inspeção Escolar, juntamente com o Diretor Executivo da SEDUC, Pe. Jurandir, a pedido do Secretário Alcenor Candeira, foi feita uma inspeção à Escola e ficou comprovado que realmente existia a realização de bingos, no entanto, tanto a diretora Maria de Fátima e a vice, Francisca das Chagas A. Cunha, se comprometeram, mediante a presença do Pe. Jurandir e das inspetoras Lucrecia Gomes Sousa, Ana Paula Silva e Maria de Lourdes Cardoso Carvalho, que a partir daquela data não iriam mais realizar bingos na escola.
A Expulsão do aluno
Convidado para uma reunião na Escola, onde seriam divulgadas as providências tomadas sobre as denúncias feitas, João Francisco foi surpreendido ontem com a informação de que os Conselheiros e toda a comunidade escolar concluíram que as acusações são fruto de perseguição, calúnia e difamação moral. Em conseqüência disso, haviam decidido pela transferência do aluno.
Segundo conseguimos apurar, João Francisco trabalha todo o dia de mototaxista, na Praça da Graça e, à noite, freqüenta o curso do EJA. É um aluno aplicado e que, não obstante a canseira do trabalhado do dia, ainda tem disposição para freqüentar à sala de aula à noite. “Nunca faltei um dia de aula”, disse.