
As áreas de litígio entre o Ceará e Piauí resumem uma contradição: enquanto os governos dos dois Estados negociam, há mais de um século, a propriedade geográfica de cerca de 150 comunidades em municípios como Viçosa do Ceará, Crateús e Poranga — do lado cearense — e Cocal, Pedro II e Buriti dos Montes — na parte do Piauí — milhares de famílias residentes nas localidades dessas divisas parecem viver em terras de ninguém. Amargam uma infinidade de problemas socioeconômicos marcados pela falta de serviços essenciais como água, esgoto, saúde, educação, transporte e estradas trafegáveis. Muitas das localidades, na estação das chuvas, ficam literalmente ilhadas, isoladas sem qualquer forma de comunicação.
Para ler mais, clique nos links:
“Fortaleza. Esquecimento, desprezo, abandono. Existe uma região, entre os Estados do Ceará e do Piauí, onde a população não tem identidade e convive com todos esses sentimentos. Há piauienses que querem ser cearenses. E a vontade inversa também. Alguns nem sabem dizer onde estão. Perdidos nas imprecisas divisas entre territórios vizinhos, moradores de, pelo menos, 150 distritos e comunidades localizados próximo às serras Grande e da Ibiapaba sofrem as conseqüências de viverem na área de litígio do Ceará com o Piauí, também conhecida pelos sugestivos nomes de “Cerapió” e “Piocerá”.”
“Viçosa do Ceará/ Cocal. Engana-se quem pensa que a preferência de moradores da área de litígio, entre Ceará e Piauí, por um ou outro Estado é orientada por questões de “status”. Na imensa maioria das vezes, a população busca auxílio em um município diferente daquele em que vive por causa da oferta de melhores serviços públicos ou mesmo de benefícios para a própria família. É o que acontece com parte da população do município de Cocal, no Piauí, que vive na divisa com Viçosa do Ceará, a 348km de Fortaleza
Nenhum comentário:
Postar um comentário